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quarta-feira, 6 de abril de 2011

#Cinemismo

Já parou pra pensar se houvesse um resumo da sua vida no dia que você morrer?

E se no final da sua vida, não houvesse aquele tal julgamento de suas atitudes? E se não houvesse todo esse papo de céu e inferno?
Fico imaginando milhares de possibilidades do que de legal poderia acontecer com nossa alma (se é que ela existe) no dia em que a gente morre – é claro, além do fato de que nosso corpo simplesmente apodrece e vira merda de vaca algum dia.
E se simplesmente fossemos condenados a ver um filme de nossa vida? Valeria a pena?

Dentre as minhas milhares de religiões inventadas por mim num sábado qualquer... eu inventei o Cinemismo.

O Cinemismo acredita que no fim de nossas vidas você simplesmente cai num cinema enorme e fica preso na cadeira (Sim! Tem direito a pipoca) e nessa tela toda sua vida é passada. Mas com todos os ângulos e trilhas sonoras que lhe vinham à sua mente naqueles momentos. 
Você verá aquele dia de piquenique no parque Ibirapuera com a namorada, você escutará de fundo aquela música que vocês escolheram como tema do romance.
Você verá aquele dia que você comemorou seu aniversário com a família na praia.

Verá o dia que seu cachorro Toby morreu.

Até aí tudo bem, filme lindo, nenhuma novidade pra você, certo? 
- Certo.
Mas não acaba aí não. 
Bah! Você morreu! AGORA SIM tem tempo pra ver quantos filmes quiser!

Os próximos filmes serão aqueles vividos por TODOS os personagens que apareceram no primeiro filme (o da sua vida). E nesses filmes também inclui trilhas sonoras, flashbacks e até aquela voz de fundo que representa os pensamentos do protagonista.

Você verá que a trilha sonora passada no filme da sua namorada, não era bem a mesma que passou na sua mente no dia do piquenique.

Verá o filme visto do ângulo do mendigo que dormia no chão da praia no dia do seu aniversário com a família. Ouviria também no filme da sua mãe que, nos pensamentos, ela xingava seu pai. E que nesse instante passaria um flashback na mente dela, lembrando-se do dia em que conheceu seu pai, e ela pensaria se realmente valeu a pena ter empurrado com a barriga esse casamento.

 Verá também um filme lindo estrelado pela cadela que pariu sete lindos filhotes gordinhos e desajeitados. Pariu bem ao seu lado, no dia que você chorava pela trágica morte de seu cachorro Toby.


A lógica que WoodallenRaél (O Deus do Cinemismo) criou é que se você entrasse em contato com as verdades ao seu redor, talvez entenderia a insignificância e mediocridade da sua vida (das NOSSAS vidas) perante as outras.

E seu filme? Valerá a pena ser visto? ou será simplesmente uma cópia, da cópia, da cópia de outros filmes?


Essa ideia me veio à mente quando assisti ao filme Trainspoting.
Enfim, falei toda essa baboseira para introduzir a apresentação dessa camiseta:
Camiseta: 
>>"Trainspoting"

                          (CLIQUE NA IMAGEM para ver em zoom e ler o que está escrito)



Esse texto na camiseta eu fiz um misto do primeiro e do último diálogo do filme.
Fico imaginando quantas e quantas pessoas não terão que ver um filme que o resumo seja basicamente o texto que transcrevi nessa camiseta.


Vai pensando aê.

PS: Essa camiseta já foi vendida no Embu. (Y)




4 comentários:

  1. Fuckin' Perfect!
    Gostei da ideia do 'pós a morte'.
    Achei intressante e poético, porém ainda continuo com a ideia de que quando morrermos, MORREMOS eviramos pó.
    Pó não pensa, não vê, não vive, NADA.
    (não que vc tenha tentado falar que essa é a reliadade da morte, entendi que foi só uma utopia, hehe)
    Mas enfim...
    Camiseta foda, pra varia.

    Verei o filme!

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  2. HAHAHA Com certeza!
    Na verdade eu vejo a morte dessa forma mesmo, Mandy: Nua e crua.
    Voltamos a virar NADA. (afinal de contas, antes de termos nascido também não eramos NADA? =) )

    Mas gosto de inventar esse tipo de coisa pra poder da pano pra manga pra gente poder viajar.
    Tipo o "Pastafarianismo". Ja viu?
    Dê uma googleada. É dahora! hahaha

    OBRIGADO pelo coment, nega! ;D

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  3. Como sempre, ótimo texto!

    Sempre gosto das suas criaçoes .. achei interessante a ideia de possibilidades pós morte.

    Achei engraçado que mesmo nao estando dentro do contexto, essa parte "E se simplesmente fossemos condenados a ver um filme de nossa vida?" me lembrou Laranja Mecanica.

    E por que o cachorro tinha que ser chamar Toby?
    É o nome do meu cachorro haha

    Pra concluir, tomei o que foi proposto como uma verdade e seria interessante se todos também tomassem, pois poderiamos rever o que estamos fazendo com a nossa existencia.

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  4. Adorei ;) o texto .. só não gostei da morte do cachorro Toby :(

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